Você já sabe a diferença entre cachaça artesanal e cachaça industrial

A produção de cachaça no Brasil é muito diversa e cada forma de produção resulta em bebidas também distintas. Uma das principais diferenciações está na forma de produção do que chamamos cachaça artesanal e cachaça industrial. Apesar da legislação não fazer essa diferenciação, os modos de produção diferentes resultam em bebidas com características sensoriais distintas. Há os que indicam o uso da cachaça industrial no preparo de sua caipirinha, e aqueles que dizem que cachaça, de verdade, não pode ser envelhecida. Vamos aos mitos, à realidade e, principalmente, aos fatos.

ARTESANAL X INDUSTRIAL

Apesar de tudo ser cachaça pela legislação, os modos de produção diferentes resultam em bebidas com características sensoriais distintas. Saiba mais sobre as diferenças entre a cachaça artesanal e cachaça industrial.

Cachaça Artesanal 

Muito ainda se confunde sobre o universo da cachaça, principalmente quando o assunto é entender a diferença da cachaça artesanal da cachaça industrial. A ideia aqui não é menosprezar e nem discriminar qual é a melhor ou qual é a pior, apenas informar, de forma comparativa o porquê devem ser tratadas diferente, já que possuem métodos de produção distintos.  

A cachaça artesanal é caracterizada por uma produção limitada, tornando os insumos mais escassos e consequentemente mais caros. Destaque para a sua produção que é pontual, ou seja, só se produz cachaça artesanal durante um período específico do ano.

A cachaça artesanal se beneficia de leveduras naturais ou de leveduras selecionadas, obrigatoriamente deve ser destilada em alambiques de cobre. Usar o coração, a parte do meio da destilação (o líquido mais nobre) e descartar a cabeça e cauda fica a critério do produtor. A Cachaça artesanal nobre, só utiliza o “filé mignon” da cachaça, o coração, o restante é destilado em um alambique apropriado dando origem ao etanol, este então utilizado para abastecer os veículos internos da propriedade, garantindo o aproveitamento dos recursos e um ciclo sustentável de produção.

Os produtores de cachaça artesanal preferem armazenar seu líquido em diferentes madeiras para qualificar os aspectos sensoriais da bebida,

A cachaça artesanal tem um grande “ingrediente” em sua composição: o alambique de cobre. Feita por um bom alambiqueiro, a cachaça feita neste equipamento é, segundo vários estudos, capaz de resultar em uma bebida mais fina e mais rica em sabores, aromas e cores: componentes sensoriais que fazem da cachaça uma bebida com mais sabor.

O que acontece é que pouca gente conhece as potencialidades de sabor e suavidade que tem a cachaça artesanal bem feita. As pessoas tem na cabeça a imagem da cachaça como um produto forte, rústico e de gosto inferior ao de um bom whisky. Pouca gente sabe que a cachaça de qualidade já chegou a ser equiparada aos melhores deles. E que ela pode sim, ser uma bebida de excelente sabor. Portanto, frisar esta diferença sensorial entre uma e outra, é crucial se queremos valorizar nosso produto, ou melhor: fazer as pessoas perceberem seu real valor e potencial.

Cachaça Industrial

A cachaça industrial geralmente é produzida em grande escala e tem um custo relativamente baixo, Devido a alta demanda, a cachaça industrial não pode perder tempo, precisa manter a sua fermentação ativa, ou seja, para que as leveduras consigam produzir o álcool, elas precisam do açúcar presente no caldo. Para que isso aconteça, a grande maioria das grandes industrias, utiliza–se de aditivos químicos para manter as bactérias enérgicas.

A cachaça industrial é destilada em colunas de inox, continuamente, sem separação da cabeça e da cauda (começo e final do processo de destilação, conhecidos por apresentar substâncias que podem prejudicar a qualidade final do produto. O equipamento usado pela indústria. Aqui, diferentemente do alambique artesanal, a separação ocorre através dos “pratos” da coluna de uma forma contínua: não há “início”, “meio” e “fim.” Podendo resultar numa bebida mais simplória – sensorialmente falando.

Referências: cachaça wiba e Renato Figueiredo